Organizadores de eventos: incertezas e transformação do setor

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O setor de eventos foi um dos primeiros a sentir os impactos da pandemia do Covid-19. Os organizadores de eventos vivem um cenário de incertezas e dificuldades, com impactos financeiros altos, e sem definições com relação ao retorno das suas atividades. Pesquisa realizada pelo Maringá e Região Convention & Visitors Bureau aponta que algumas empresas tiveram prejuízos de R$ 500 mil a R$ 1 mi por evento. A entidade defende a campanha ‘Não Cancele, Remarque’, com o objetivo de amenizar os impactos com a remarcação dos eventos.
A diretora da CR Eventos, empresa filiada ao Convention, Renata Diogo (VP para assuntos de Relacionamento Institucional do Convention), afirma que essa paralisação nos últimos 30 dias mostrou como o setor está sendo penalizado. “Estamos todos no escuro, sem norte, sem orientação. Em minha opinião não há dúvidas quanto à eficiência do isolamento social, porém precisamos nos programar para os próximos passos, pois nossos clientes e nós profissionais precisamos de respostas e planejamento”, disse.
Segundo Renata, o segmento aguarda posicionamento. “Vários protocolos já foram pensados por nós profissionais, precisamos que o poder público nos ouça e juntos buscar uma retomada gradativa e segura”, afirmou.
De acordo com a diretora da Amici & Co, filiada ao Convention, Danielle Cenerini (VP para assuntos de Comunicação e Pesquisa do Convention), o posicionamento do poder público é essencial para as negociações. “Nosso setor vem sangrando bastante e vai continuar por um tempo, precisamos de um posicionamento do poder publico quanto a datas de retomada para que possamos trabalhar renegociação de contratos e tentar o não cancelamento de serviços. Mesmo que seja uma data no segundo semestre, precisamos de algo mais concreto”, disse.
Segundo Danielle, o setor pode demorar para ter demanda como antes, tendo em vista o risco que os negócios de modo geral estão correndo. “Com prospecção de patrocínio e investimentos vamos ter uma demora na retomada para reaquecer o mercado”
Transformação
A única certeza que envolve o setor de eventos no pós-pandemia é a transformação. O setor já vive um cenário de mudanças e terá de se adaptar a nova realidade. Segundo o diretor da VQV Eventos, empresa filiada ao Convention, Michael Tamura (VP para assuntos de Projetos Estratégicos do Convention), a cultura do público consumidor vai mudar, e o momento é de pensar em soluções.
“Agora o olhar para eventos é mais digital e tecnológico. A ideia do evento hibrido é paliativa para um período intermediário para o processo de reabertura dos eventos. São ferramentas que podem ser usadas para transmissão em outros lugares simultaneamente, sem aumentar custo de palestrantes, ou seja, eventos que comportariam mil pessoas podem ser divididos em cinco eventos com 200 pessoas, com o mesmo conteúdo, com experiências próximas ao o que teríamos em um evento único”, explicou.
A diretora da Bússola Eventos, empresa filiada ao Convention, Paola Incerti, mantém a mesma linha com relação aos eventos híbrios e afirma que é o momento de se pensar em eventos alternativos, voltados para o universo digital. “A retomada será gradativa, temos que ter cautela e se reinventar, é momento de se transformar. Não se fala mais em eventos presenciais massivos, mas em eventos híbridos, os organizadores precisam estar prontos para desenvolver essas ferramentas. Estamos nos preparando para esse novo modelo que na verdade é muito promissor”, disse.
Segundo Tamura, não será fácil para o segmento e as cadeias envolvidas, mas “estamos tentando olhar para frente. Nosso setor foi muito atingido e continuará sendo atingido por um tempo ainda, precisamos nos adaptar, as coisas não voltarão a ser como antes”, destacou.