Medidor da inovação
O governo federal está trabalhando no desenvolvimento de um novo indicador capaz de medir o resultado da inovação tecnológica no Brasil.
Pesquisadores, especialistas e técnicos da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estão incumbidos de traçar as bases para a composição do novo indicador.
O grupo já avaliou a proposta de um indicador composto, elaborado pela Comissão Europeia usando os dados brasileiros.
Eduardo Baumgratz Viotti, coordenador do trabalho, afirma que, apesar de o Plano Brasil Maior (PBM) e a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti) terem como objetivos centrais a promoção do avanço da inovação tecnológica no país, “esses documentos de política não estabelecem metas definidas em termos de resultados do processo de inovação de forma objetiva ou clara, como acontece com as metas fixadas em termos de dispêndio em pesquisa e desenvolvimento”.
O desenvolvimento de um indicador à semelhança daquele proposto pela Comunidade Europeia poderia suprir essa lacuna.
Critérios de avaliação
Maria Luísa Leal, da ABDI, ressalta que tem havido crescente aplicação de recursos nas atividades científicas e tecnológicas por parte dos governos federal e estaduais e dos agentes econômicos. No entanto, a mensuração dos resultados não tem avançado na mesma proporção dos investimentos.
“Uma das razões que contribuem para esse problema pode estar relacionada à nossa dificuldade de mensurar a inovação tecnológica,” frisou ela, destacando a importância de recentes estudos com esse objetivo, como a Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec), criada pelo IBGE em 2000 e divulgada a cada três anos, e a Sondagem de Inovação, coordenada e divulgada trimestralmente pela ABDI desde 2010.
Os resultados do esforço de pesquisa com os dados brasileiros serão entregues à Comissão Europeia. Com isso, será possível abrir um diálogo e eventualmente aperfeiçoar o indicador proposto na Europa para que seja adequado também à realidade de países complexos e em desenvolvimento com o Brasil, a Índia e a China.
“O objetivo é divulgar e expor o material consolidado para toda a comunidade acadêmica, discutir com especialistas e técnicos em política industrial e avaliar as sugestões”, adiantou Maria Luísa.