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Por CRISTINE FABBRIS

Muito e exaustivamente, tem se falado e feito projeções do que será a atividade dos eventos no pós pandemia. O que se sabe, ao certo, é que nada se sabe de fato!
Estamos convivendo e combatendo contra um “inimigo” sem precedentes e que nos atingiu em cheio e simultaneamente, nos campos econômico e social. Nunca havíamos experimentado essa amarga experiência de tamanha impotência contra algo tão voraz e desconhecido.
Da noite para o dia, a atividade dos eventos passou por um esvaziamento simultâneo global, quase que uma desertificação!!
Iniciamos com a insegurança das notícias que estavam circulando nos noticiários mundiais até efetivamente sentirmos na pele – e no bolso – os efeitos da COVID 19.
Contudo, como bons brasileiros que somos e com a inabalável fé de que este “bicho” não chegaria aqui fomos assistindo a tudo, somente assistindo. E o bicho chegou! E veio com uma voracidade tão avassaladora que, em menos de cinquenta dias, simplesmente, desestabilizou a nossa cadeia econômica inteira.
Com isso, surgiu massa de desempregados, milhares de pequenas empresas prestadoras de serviço fechando suas portas e muitas grandes empresas do setor na posição de standby. Todos aguardamos uma linha de ação para seguir.
O medo, a incerteza e a falta de preparo do setor (e não só do nosso setor!) para uma atuação rápida de mitigação dos efeitos dessa pandemia e de retomada das atividades, nos assola e nos torna menos efetivos para o retorno de maneira segura.
Acredito que pós pandemia, os eventos enfrentarão uma maratona de pequenos obstáculos, quais sejam:
– o medo e a incerteza:
enquanto não houver uma vacina ou um protocolo sanitário de atuação global para os eventos, ainda estaremos combatendo a incerteza. A participação nos eventos, tanto de quem os promove, como para quem participa, será pautada na “sensação” de segurança. Urge um processo sensibilizatório a cerca da segurança na participação dos eventos, mas creio ser cedo para isso ainda.
– o custo da segurança sanitária:
com essa profusão de protocolos de segurança sanitária e a falta de clareza nas responsabilidades individuais, teremos que trabalhar muito bem as responsabilidades dos destinos, espaços de eventos e promotores e organizadores. Não se pode onerar o custo do evento, por conta das ações sanitárias que serão estabelecidas. Cada um terá a sua parcela de responsabilidade no processo.
– o custo de participar de um evento:
pela necessidade de um espaçamento maior entre pessoas, estandes, pela necessidade de alteração na forma de fornecer alimentação, mesmo eventos pequenos precisarão de espaços maiores, encarecendo a locação.
As passagens aéreas e hospedagem tendem a encarecer, uma vez que esses segmentos também terão protocolos sanitários que limitarão suas atividades.
– os novos espaços e formatos:
acredito que espaços que não eram cogitados como viáveis a realização de eventos passarão a ser, como shopping centers, estádios, pontos turísticos, entre outros. Os eventos se voltarão para a experiência exitosa do participante e não mais para o mero atingimento no maior número possível de participantes. A conta não será mais somente econômica.
Os formatos híbridos e digitais vieram para ficar definitivamente! Não creio que como uma solução para a aglomeração de pessoas, mas sim, como uma ferramenta de democratização a participação no evento.
– os destinos:
os destinos que estiverem preparados e com seus protocolos sanitários alinhados entre a cadeia produtiva de forma a transmitirem efetiva e objetivamente ao participante esse planejamento aonde a segurança seja o principal fator, contarão com um índice muito maior de sucesso nas suas ações de captação de eventos.
Mas os eventos continuarão firmes e fortes! Em um primeiro momento, menores em tamanho, com menos participantes, menos patrocinadores, muitos deles contando com o recurso das salas híbridas e com muitos protocolos sanitários a serem seguidos. Mas continuaremos!!
Passaremos agora por um período de curto e médio prazos de adaptações e readaptações e, após reestabelecida essa “nova normalidade” espero que saiamos mais fortalecidos e que tenhamos aprendido que precisamos estar alinhados em ações e estratégias do setor para que consigamos rapidamente suplantar novos situações como essa.
Muitas são as iniciativas nas esferas públicas e privadas que já estão surgindo e sendo efetivadas nos destinos para que consigamos rapidamente voltar às atividades. E voltaremos!
#juntossomosmaisfortes