Além de ser usado em motores automotivos, o etanol também pode ser usado para gerar eletricidade. Entenda
O etanol, também chamado de álcool etílico (C2H5OH) é uma substância pura, constituída por uma molécula formada por dois átomos de carbono, cinco de hidrogênio e um grupo hidroxila. Existem dois tipos de etanol: o anidro e o hidratado. A diferença entre ambos se deve apenas à concentração de água em sua composição. O anidro tem o teor de água equivalente a 0,5%, enquanto o hidratado apresenta teor de 5%. O processo industrial usado convencionalmente produz o etanol hidratado, que é vendido nos postos de combustíveis para ser usado em veículos automotores. Já a produção do etanol anidro requer um procedimento adicional e específico para a retirada do excesso de água.
O álcool anidro é usado para a produção de gasolina C, substância produzida a partir da mistura entre a gasolina A (gasolina pura) e de etanol. Dessa mistura, a quantidade de álcool anidro varia de 20% a 25%. Tanto a gasolina A quanto o álcool anidro não podem ser vendidos diretamente ao consumidor final.
Uma diversidade de espécies vegetais pode ser usada para a produção de etanol. No Brasil, o material mais utilizado é a cana-de-açúcar, apresentada também como uma alternativa para a geração de eletricidade a partir do resíduo em forma de bagaço. Cada tonelada de cana-de-açúcar produz 140 kg de bagaço de cana.
O Programa Nacional do Álcool (Pró-álcool), lançado em 1975 pelo governo federal como estratégia para combater o choque mundial do petróleo, incentivou a plantação de cana-de-açúcar no país, espécie vegetal que encontra em solo, topografia e clima brasileiros as condições ideais para prosperar, além disso, é dentre todas as espécies vegetais aquela que apresenta maior produtividade por hectare. Segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Brasil é o segundo maior produtor mundial de etanol, perdendo apenas para os Estados Unidos. A cana-de-açúcar é a espécie vegetal que sustenta a produção de etanol brasileiro, enquanto o etanol estadunidense é produzido a partir do milho.
Mas se, por um lado, o etanol é visto como uma alternativa para a geração de energia, por outro, é apontado por alguns como uma potencial ameaça à produção de alimento por concorrer por terras com o setor agrícola. Devido a essa preocupação e às demandas cada vez mais altas por energia e alimento, tecnologias vêm sendo aprimoradas para que seja possível produzir etanol a partir de resíduos agrícolas. O etanol de segunda geração, também conhecido como etanol celulósico (leia mais aqui) é aquele produzido a partir do material rico em lignina, produto normalmente desperdiçado em forma de bagaço de cana no processo convencional de produção de etanol.
O etanol tem algumas vantagens em comparação aos combustíveis fósseis, como o fato de poluir menos. Contudo, outras etapas da cadeia produtiva do etanol devem ser levadas em conta. Um exemplo é a produção do vinhoto, ou vinhaça, um subproduto do processo de produção do etanol. Na produção de um litro de etanol, são usados 13 litros de água, dos quais 12 litros são vinhoto. Ao ser despejado nos corpos hídricos, o vinhoto torna a água imprópria para o consumo humano, além de afetar gravemente a fauna e a flora do ambiente aquático. Porém, o vinhoto pode ser usado para a produção de biogás, o que reduziria o impacto desta etapa do ciclo produtivo do etanol.
Fonte: eCycle.